"O ser humano pode viver amordaçado dentro de si, ainda que a sua língua esteja livre para falar. Pode viver acorrentado, ainda que as suas pernas estejam soltas. Pode viver asfixiado, ainda que os seus pulmões estejam abertos.
Há diversas armadilhas mentais que são construídas clandestinamente ao longo do processo de formação da personalidade humana. Elas aprisionam-nos no lugar em que todos deveriamos ser livres. Nenhum ser humano está livre das mesmas, por conseguinte, nenhum ser humano é plenamente livre, seja ele uma criança ou um adulto, um intelectual ou um analfabeto, um psiquiatra ou um paciente, um europeu ou um africano.
É fundamental possuir lucidez para as reconhecer e humildade para as assumir e superar.
Armadilhas da mente humana:
1. O conformismo - é a arte de se acomodar, de não reagir e de aceitar passivamente as dificuldades psíquicas, os acontecimentos sociais e as barreiras físicas. O conformista impede o eu de lutar pelos seus ideais, de investir nos seus projectos e de transformar a sua historia. Não assume a sua responsabilidade enquanto agente transformador do mundo, pelo menos do seu mundo.
2. O "coitadismo" - é a arte de ter compaixão por si próprio. O "coitadismo" é o conformismo potencializado, o qual tem a faculdade de aprisionar o eu para que este não utilize as ferramentas adequadas para transformar a sua historia. Vai além do convencimento de que não é capaz, entrando na esfera da propaganda do sentimento de incapacidade.
3. O medo de reconhecer os próprios erros - é acima de tudo o medo de se assumir como um ser humano com as suas próprias imperfeições, defeitos, fragilidades, idiotices e incoerências.
4. O medo de correr riscos - bloqueia a capacidade inventiva, a liberdade, a ousadia. Há inumeras pessoas que travaram a sua inteligência e enterraram os seus projectos de vida por terem medo de correr riscos. Não são conformistas nem "coitadistas", elas almejam atingir os seus alvos, mas não ousam arriscar. Procuram transformar os seus sonhos em realidade, mas preocupam-se com os riscos da jornada.
O risco implode o nosso orgulho, esfacela o nosso egocentrismo, une-nos, estimula-nos a criar laços e a experimentar a dificil arte de depender uns dos outros. "
In "Código da Inteligência" de Augusto Cury
1 comentário:
Oh Sra. Dra, Ana, eu sei que a senhora agora anda empenhada nas questões da psicologia e no seu mais recente estágio mas...
Já temos saudades daqueles posts mais pessoais, mais cusculháveis, aqueles que fazem vir visitar o teu blog todos os dias.
Deixo-te um enorme beijinho e saudade.
Que tenhas umas óptimas entradas e que o ano de 2010 seja de crescimento.
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