quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Aprender a amar

Procuro na minha história, nas minhas recordações e visões, exemplos e vivências do que é amar...
Não falo de um amar qualquer... falo de amar o que está mais perto...

Na minha família sempre foi muito visível e muito mais fácil o amar o próximo... desde que esse próximo estivesse suficientemente distante para não perder o direito ao amor.
Amar a família, filhos, marido, esposa... esse amor sempre teve condições... condições físicas, materiais, condições de, para receber ter que dar, ter que ser, ter que fazer...

Os meus exemplos de relações amorosas nunca tiveram nada de amoroso nem de romântico... Relações frias, sem comunicação, sem afetos, sem demonstrações de carinhos... tudo muito fachada e aparentemente bem... mas só aparentemente, como manda todos os livros de boas maneiras... ou de boas imagens, mas de real miséria de sentimentos sentidos.
No dia a dia a distância de um abismo entre o casal, a falta de objectivos comuns, a pobreza de cumplicidade, a inexistência da comunicação... todos pilares para o bom funcionamento de uma relação, em ruínas...
A primazia do trabalho para esconder os problemas, o deixar os filhos com terceiros... para não falar na falta de carinho e paciência para os educar após um casamento desfeito...

Amo do mesmo jeito, erro da mesma maneira e revejo-me na demonstração fria de estar com quem está mais próximo... sinto-me cruel, sem sentimentos...
Invejo quem sabe amar, quem sabe construir uma relação sólida e com bases seguras...
Sou uma errante... repito fórmulas que detesto, que chego mesmo a abominar... mas não sei, não consigo ser diferente... e isso me destrói por dentro...
...

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